Sonhos de Inverno - Parte 2


Seus olhos esverdeados riam, mordi o lábio inferior e pensei Ferrou, estou parecendo uma abobada falando tudo errado. Por isso você não tem namorado, imbecil!
- É que sabe, tenho memória péssima e com essa neve tudo é igual.
- Eu poderia te acompanhar, sua casa é muito longe?
- Não... Não muito.
Já saquei que eu tinha acabado de conhecer Jason, mas ele parecia inofensivo. Enquanto o meu racional dizia para pular fora de se apaixonar por um estranho, o meu irracional era mais forte e dizia totalmente ao contrario.
Ajeitei minhas luvas, e ele tinha um leve sorriso estampado no rosto. Peguei meu celular em cima da mesa e sai com passos apertados só de pensar em enfrentar aquele frio congelante do outro lado da porta, senti Jason seguindo meus passos.
Quando passei pela porta meu estomago apertou, o frio era tanto, mas não lembro do que tinha na cabeça para sair de casa tão "sem roupa", para falar a verdade não lembro de nada antes de encontrar a Starbucks, mas eu não dei muita importância.
- Então o que te trouxe aqui, nessa cidade que não tem N-A-D-A? - perguntei tentando cortar o silencio.
- Eu não sei... Depois que minha mãe morreu vim parar aqui.
- Sinto muito.
Já está resolvido, vou ficar de boca fechada. Em menos de uma hora ele já deve me achar uma demente inconveniente.
- Não, tudo bem. - ele fez uma pausa - Esse assunto não me incomoda mais.
- Ah... O.k!
Em um pouco de silencio meus altos pensamentos me levaram para longe, Jason passou uma rápida olhada em meus olhos.
- Está com frio? - Ele falou apertando os ombros.
- Está-tá tudo be-bem! -  Gaguejei batendo os dentes.
Ele deu uma leve gargalhada, e finalizando com seu sorriso encantador. Ele olhava para seus pés levantou as sobrancelhas e lançou o olhar para mim.
- Tome. - Falou ele tirando o casaco.
- Está maluco? Quer morrer de frio?
- Eu estaria maluco, se deixasse você morrendo de frio!
Ele me ajudou a colocar o casaco, suas mãos estavam extremamente geladas, tirei minhas luvas, entreguei e ele assentiu com a cabeça, como um obrigado.
Suas mãos dirigiram ao bolso e de lá ele tirou seu celular, ele balançou o celular tocando.
- O que é? - Ele falou impaciente, mas educado. - Sim... Na verdade estou ajudando uma garota a encontrar a casa dela.
Só o que me faltava, agora sou a garota perdida! Eu não tinha para onde fugir, mas estava com muita vergonha. Provavelmente ele devia estar falando com sua namorada, uma menina linda de olhos azuis cabelos longos e sedosos. Bem melhor que eu uma ruiva, desengonçada com os olhos cor de mel.
Ele guardou o celular no bolso novamente, e parecia estar um tanto zangado, ele bufou e continuou olhando para o chão.
- Então... - Nossos olhares se encontrara e um sorriso surgiu. - Para que lado é sua casa?
Eu estava vidrada em seus olhos, quando repeti para mim mesma várias vezes: Não se apaixone por um estranho, não se apaixone por um estranho, não se apaixone por um estranho!
- Você esta bem? - ele riu.
- Ah... Claro... Já disse que estou perdida?
Ele sorriu mais uma vez, será que serei julgada de se apaixonar por um menino que conheci há vinte minutos atrás? Com certeza!
- Tudo bem... - ele pensou - o que vamos fazer então?
- Eu vou ligar para minha amiga Lua.

Para acompanhar:
Parte 1





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