Contos de Outono!

Lá estava eu, moço! Mais uma vez pensando nele, pensando porque ele havia me abandonado, naquela esquina, onde nosso amor foi jogado fora moço. Peguei o que restou do nosso amor que estava espalhado pelo chão e joguei na lixeira mais próxima sabe? 
Naquele dia passei o resto da tarde inativa sentada em um banco no parque, sem chorar, sem sofrer, sem emoções. Todas as tardes sentava no mesmo banco, no mesmo parque, e ficava olhando as folhas secas das árvores caídas no chão, paralisada, como se o mundo não girasse mais...
Foram dias e dias, meses e meses, que eu passei como se nada mais existisse, nada mais fizesse sentido, não havia feito nada de errado e não havia o porque meu coração ter desistido de mim desse jeito.
Então eu percebi que naquele mesmo dia, naquela mesma esquina, meu coração desistiu de mim, desistiu de suportar minhas emoções e sentimentos tão confusos.
E foi naquele dia, o dia que eu tive essa percepção, que fez uma nevasca dentro de mim, fiquei totalmente fria, e esqueci de como era sentir, como era amar. 
Todas as minhas emoções não existia mais, eu havia me desligado delas, e eu voltei a viver a vida, como se nada tivesse acontecido, só que dessa vez diferente, de um modo sem calor, sem amor.
Voltei a ir para a escola, pois tenho 17 anos e tenho que ir bem no meu ultimo ano, apesar de ter faltado bastante tempo, e talvez eu repetira de ano por isso, mas eu não me importava...
Depois de tudo que passei, de todas as paixões que sofri a solução era desligar-me, deixar de sentir qualquer coisa por tudo.
Nos primeiros dias eu simplesmente amei essa ideia, mas depois comecei a magoar os outros e mesmo sabendo que isso não era certo, não doía, eu não me importava!
Era um dia comum estava voltando da escola, fui cortar caminho pelo parque e então enquanto caminhava e chutava as folhas secas vi o banco, aquele banco, o qual eu passei boa parte da minha vida, fazendo nada, desligada, parei e fiquei observando-o e me vi lá, me vi sentada desligada, eu quase senti algo, quase me importei, mas eu simplesmente continuei caminhando.
Estava chegando em casa quando fui obrigada a passar por aquela esquina, que eu evitei por tanto tempo, mas como eu sabia que estava fria como uma noite de inverno, pensei que não ia ter problemas. Quando eu avistei aquela esquina eu vi ele lá, aquele cara que havia feito meu coração me abandonar, mas ele não estava só, eu estava lá, estava com ele, talvez não fosse real, talvez ele não estivesse realmente lá, mas naquela tarde de outono eu voltei a sentir, eu voltei a ter emoções, e por incrível que pareça não estava triste mesmo vendo aquela cena que talvez não era real, ele me fazia sentir, ele me fazia amar.




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