O primeiro dia que me senti realmente feliz!


Era um dia comum em Nova Iorque, estava trabalhando, e finalmente cheguei a meu prédio. Era uma tarde chuvosa, minhas botas e meu casaco estavam encharcados, porque o guarda-chuva não foi o suficiente.
Estava totalmente exausta, - passei um dia inteiro fotografando – subi as escadas lentamente, pois o cansaço falava mais alto, finalmente cheguei ao quinto andar, abri a porta e meu gato Jer já estava ali me esperando, peguei ele no colo, fechei a porta e coloquei minha bolsa e minha câmera em cima da mesa.
Fui direto para o banho, tirei minha roupa, e liguei o chuveiro – o mais quente que ele podia aguentar – o meu desejo era ficar ali até o verão chegar, mas não sou de gastar muita água. Sai do banho e me enrolei em uma toalha que estava quentinha, fui correndo ao meu quarto, coloquei uma camisola, tirei a maquiagem, e fiz um coque.
Caminhei até a cozinha preparei um cappuccino, e um misto quente, logo deitei no sofá e passei a tarde inteira assistindo The Vampire Diaries.
E percebi que mesmo eu fazendo tudo que gosto, nunca estou satisfeita, sempre quero mais na minha vida.
Todos os dias me pego pensando, como eu queria tal coisa, mas nunca parei pra pensar como cheguei até aqui, como conquistei tudo que tenho hoje.
Tenho certeza que quando tinha nove anos de idade nunca pensei que estaria morando sozinha em um apartamento no centro de Nova Iorque e que seria uma das maiores fotojornalistas da cidade.
Principalmente sendo eu mesma, quando tinha 12 anos na escola, zombavam de mim quando mostrava quem eu realmente sou, hoje sou famosa com o meu trabalho, ainda tenho um blog, nele sou eu mesma, sem se preocupar com o que os outros pensam, e essa idéia deu certo.
Depois de anos e anos tentando esconder que eu realmente sou, descubro que na verdade não devia me esconder e sim me mostrar.
Não me importo mais com o que a cidade vai pensar de mim, primeiro preciso me amar, para depois ser amada.
Porque se eu não gostar de mim quem vai gostar? O que importa para mim hoje é eu estar de bem comigo, de bem com a vida.
E pela primeira vez, deixei o cansaço e a preocupação de lado, e pela primeira vez tive um dia tranquilo, no qual não precisei me esconder.


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