Textos // Oceano Sem Fim


Ultimamente ando pensando o que fiz para esse turbilhão de coisas ruins em minha vida... Seria azar? Será que do jeito que sou distraída passaram quinze gatos pretos a minha frente e eu não vi? Ou minha vida parou no tempo justo em um sexta-feira 13? Não lembro por baixo de quantas escadas passei essa semana, mas sei que meu amigo quebrou meu espelho, será que isso conta? Será que o azar se confundiu em sua transição e veio para mim?
Estou tentando procurar explicações para que a cada dois passos que dou para frente sou empurrada três para trás. Sempre tento permanecer otimista, "Ei se uma porta se fecha é porque irá se abrir outra!", se algo terrível aconteceu era para evitar que algo pior viesse, é para mudar nosso destino, para abrirmos os olhos, para escolhermos as decisões certas. Mas cada problema prejudiciais a mim que resolvo outro aparece, e outro, e outro, e outro, não sei se me cansei, mas quero um basta!
Já sou confusa, desorganizada, não preciso de mais pilhas de problemas em minhas costas. Lembro-me que disse a mim mesma, que esse mês seria diferente, que minhas decisões seriam bem pensadas, e repensadas, que eu me tornaria mais dedicada, que eu correria atrás do que precisasse e quando fosse necessário para tudo permanecer em seus eixos, e tudo acabar com harmonia.
No inicio, eu estava levando tudo muito bem, e tudo saia muito certo, então um deslize meu, daí para frente tudo se tornou uma correria por causa de um pequeno atraso, depois disso foi vida ou o karma, tudo se tornou uma bola de neve rolando montanha a baixo, e ela só irá parar quando se chocar contra algo que a partirá no meio, e eu juro que queria que houvesse como para-la, não estou com minha melhor situação psicológica para aguentar palestras sobre minha inutilidade e irresponsabilidade, quando ninguém sabe o quão difícil que é se olhar para o espelho e não se contentar com você mesmo. Não digo de aparência, digo de decisões tomadas inconsequentemente e sem querer, de erros cometidos acidentalmente e ter que assumir a culpa, de distrações prejudiciais, e a falta de atenção aos detalhes importantíssimos.
É como se você pulasse em uma inocente piscina de bolinha, e lá se afogasse vendo que por um descuido seu acabou caindo nos mais profundos dos oceanos, e quando tenta chegar a superfície qualquer esforço seu, por mais que grande, na altura do campeonato se parece inútil. Se sentir insuficiente é a pior coisa que poderia acontecer, e é assim que eu me sinto, e não há botes, não estou usando coletes salva-vidas e não há ninguém que queira se arriscar para me salvar, e mesmo que houvesse seria em vão, estou sozinha nessa, e mesmo que esse oceano, se torne em uma multidão de pessoas, continuo me afogando, porque não importa em que oceano me colocar, nunca irei saber nadar, nunca conseguirei chegar a superfície, nunca irei respirar sem me arrepender.

You May Also Like

0 comentários