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Mandy Brancalion


Nossos sentimentos um pelo outro foram selados por nós mesmos, e era tão inconstante, instável, mas ao mesmo tempo, intenso, verdadeiro e puro.
Sempre tivemos uma amizade baseada em lealdade, era como se eu sentisse a necessidade que você soubesse de tudo que acontecesse comigo, independente de nossas condições, se estivéssemos brigados ou não, mesmo se não fosse uma boa hora, eu queria te contar, e sempre esperei uma retribuição da mesma forma, sendo a maioria das vezes correspondida a minhas expectativas.
Já fui acusada de ser fria, ou grossa, por simplesmente dizer o que era preciso, sem ladainhas, não me importando se doeria, mas antes doloroso do que mentiroso, não é?
Me peguei inúmeras vezes, me perguntando, porque você? Te juro, ainda não tenho uma resposta plausível. Sei apenas que eramos uma excelente dupla.
Usamos nosso sentimento forte de alicerce para nossas construções, e a nossa confiança um no outro sempre foi a nossa arma mais forte contra quem nos queria separados. Superamos tantas fases ruins e tiramos com nossas próprias mãos - tendo a maior delicadeza do mundo - os piores defeitos um do outro.
Dizem que tudo que é bom acaba, que nada é para sempre, mas eu acreditei com todas as minhas forças que eramos superiores a isso. Influências, malevolências, eu distante e você fraco e manipulável, depois de tantos avisos e tempo que fomos o sustento um do outro.
Não acabou, mas enfraqueceu, e deixou de ser tudo aquilo que eu admirava, e que os outros invejavam.
Suas novas amizades distanciaram nossos ideais, em poucos meses você estava sempre ocupado demais para mim, aos sábados de noite, onde costumávamos guardar nossas confissões, se tornou seu dia preferido para esquecer de quem você era, encher a cara, provar coisas novas...
Tínhamos planos juntos para o futuro, viagens e descobertas, estudos... Prometemos desfrutar das boas experiências em conjunto, mas você já está tão avançado, fez tudo sem mim, usufruiu de todo o bom, e agora está afundando com uma porção de pessoas vazias no mau.
Posta fotos cheias de pessoas, sorridentes e chapadas, likes e comentários, sua localização é sempre a mesma, mas tem certeza que sabe o caminho?  Porque te vejo tão perdido.
Hoje tenho novas pessoas ocupando minha vida, pessoas maravilhosas, que me amam, talvez não na mesma intensidade que você, mas tenho a segurança de que nunca vão me abandonar, não da maneira tão repentina e fria como você fez. Ainda tem um espaço em mim, que costumava a te pertencer, as vezes penso ter sentido uma dor nesse buraco, e volto a tentar te recuperar, mas de ti só recebo desinteresse, e suas palavras são sempre tão cheia de felicidade, mesmo que carreguem tão pouco e sua feição diga o contrário.
Eu prometi a mim mesma que não me desgasto mais do que já fiz esses últimos anos, tentando te trazer de volta para mim, não consegue enxergar que seu lugar é aqui?
Mesmo que haja toda essa indignação de seu novo eu de minha parte, sempre deixarei seu lugar aconchegante para quando quiser voltar. Esse texto tem um único e breve propósito, dizer e afirmar com toda convicção e letras que eu ainda amo meu ex... Meu ex melhor amigo.
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07 de Junho de 2016 - Brasil, São Paulo

Olá mais nova velha amiga,

Já faz um tempo desde de que lhe escrevi a última carta. Não foram muitas que mudaram por aqui, o dia dos namorados está chegando e vejo todos a minha volta tão animados, quando eu não vejo graça nenhuma, as vezes acho até ofensivo gastarem um dia para celebrarem algo tão inútil.
Nunca nos vimos pessoalmente, mas vou te contar, eu Heitor, possuo 1,83 M de altura, dezessete anos, sou branco, mas um branco pálido, daqueles que aparentam nunca ter visto o sol, facilmente de ser confundido com um vampiro, principalmente pelas minhas fundas olheiras. Resultado de uma noite mal dormida por sempre ficar jogando até mais tarde, mesmo quando minha mãe diz "Chega!".
Meus cabelos são de um castanho escuro caramelizado, com cachos largos caídos acima dos olhos, que também são castanhos, um típico estranho do ensino médio... Não vou dizer que também sou um típico excluído porque estaria mentindo. Tenho amigos, amigos fiéis, e amigas divertidas também.
Enfim, voltemos o assunto do dia dos namorados, esse porre que me persegue.
As garotas da escola estão todas animadas, indo mais arrumadas para a escola, sempre com um sorriso, as vezes forçados, no rosto, como se fosse ajudar em alguma merda. Pessoas iludidas me irritam.
Não é porque tá chegando um dia inútil que comemora casais vazios, que vai dropar seu príncipe encantado do chão e te pedir em casamento, acorda!
Só sei Lidia, que está difícil suportar quando até mesmo a Amélie entrou nessa de se iludir, justo ela que sempre a considerei tão diferente, agora a enxergo como burra.
Ela me chama de chato e mal-humorado enquanto mexe no meu cabelo com um sorriso, e isso me faz pensar o que fez com que ela entrasse nessa vibe de retardados, por favor Lidia, não se explique com o argumento de que ela é mulher, Amélie é muito superior a isso, ela não é só uma mulher, sempre se mostrou mais.
Agora está correndo atrás de um fotógrafo idiota do 3ºB, já tentei abrir os olhos dela, mas não, aquela besta é incorrigível, e tão cabeça dura.
Junho, o mês do mimimi, mal começou e já estou querendo Julho. Queria poder te visitar, Curitiba parece ser tão legal de acordo com as fotos que me envia... Ainda tenho esperanças de que iremos nos conhecer um dia, e então poderemos escutar juntos Mumford & Sons enquanto observamos uma fogueira no seu acampamento favorito.
Preciso só que essa merda de ensino médio acabe logo, estarei livre de coisas idiotas, e pronto para me aventurar com você, e Amélie, se ela não desistir de mim.

Com amor,

Heitor.
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Mandy Brancalion (@mandy.oca). Dezoito anos, adolescente atípica alternativa, apaixonada pela vida, viciada em sorvete.
Quer ser uma sereia com uma pitadinha de gótica quando crescer.
Cry Baby, fã de MPB e Indie. Fotógrafa, que cursa Modelagem de Vestuário, e quer ser estilista independente.
Sonhadora positivista, colecionadora de versilharias de apaixonados amargurados.

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